Shau (esquerda e a banda completa embaixo)
Por Jaqueline Suzarte
1. Quando sentiu interesse em trabalhar com música?
Lembro que me apaixonei pela música desde criança, principalmente pelas canções de rock que eu ouvia nas rádios na década de oitenta, mas só aos dezoito anos foi que montei minha primeira banda.
2. A música sempre atrai as pessoas, mas há uma diferença muito grande em curtir música e ser um músico. Quais as maiores dificuldades que você encontra no cenário musical?
As dificuldades são inúmeras, principalmente se tratando de uma banda de rock do interior da Bahia. Infelizmente ainda existe certa resistência por parte do poder público e da iniciativa privada para viabilizar trabalhos dessa natureza, o fato de ser um estilo musical que não é predominante nessa região, ao contrário do axé, do pagode, do sertanejo e alguns outros estilos de dominação em massa.
3. Grande parte das composições da sua banda são suas. Compor e cantar é o encaixe perfeito da sua maturidade musical?
Acredito que são as duas coisas em que mais me identifico na música, o processo criativo para mim é fascinante. Compor uma canção, criar arranjos e interpretá-la é uma experiência que vai além do plano material para mim. É a pura expressão da alma, sem interferências. Ver as pessoas se identificarem com esses sentimentos é algo único.
4. Você sempre comentou sobre bandas dos anos 80. Como essas bandas te influenciaram?
Eu cresci durante o período da década de oitenta, foi uma época de ouro na música mundial, grandes artistas se consagraram nesse período, as rádios estavam recheadas de grandes hits que se tornaram clássicos para toda uma geração, isso acabou refletindo no meu jeito de compor e de cantar. Acabei descobrindo minha identidade musical fundamentada nos grandes artistas que eu ouvia.
5. O Rock internacional sempre teve lugar cativo nas rádios e outros veículos de comunicação no Brasil. Há alguma banda de fora do país que influencia o seu trabalho?
Gosto de várias bandas internacionais, mas o rock inglês é uma das grandes influências, o The Smiths é um bom exemplo.
6. Shau & Os Aneis é uma banda muito respeitada em Jequié e outras cidades da Bahia. Como foi o processo de formação do grupo?
Quando entrei em studio para gravar o primeiro cd, o grupo ainda não estava montado de fato. Me juntei ao guitarrista Yuri Rodrigues e começamos as concepções dos arranjos, então entrei em studio e gravamos com músicos contratados, só depois das gravações é que a banda foi montada. Procurei alguns músicos já conhecidos do cenário musical, apresentei as canções e as ideias do projeto, foram muitas formações até chegar a esta atual que conta com: Yuri Rodrigues (Guitarra), Pel Dias (Baixo), Fernando Kiffer (Bateria) e Luquinhas Ribeiro (Guitarra).
7. Caixa de Ilusões chega em um momento mais maduro e crítico da banda?
Acredito que sim, há um grande intervalo entre o primeiro e o segundo disco. De lá para cá houve uma maturidade que não existia na época e há muitas questões que não tive oportunidade de abordar no primeiro disco (Os Dias), acredito que Caixa de Ilusões mostra um lado mais crítico da banda, mais transgressor, mas ainda mantêm a essência romântica da banda.
8. Qual será a pegada deste 2º segundo CD?
A pegada deste cd não é tão diferente do primeiro, mas é um disco mais enxuto, ele é mais direto, deixando de lado alguns excessos cometidos no primeiro, sem muitas firulas, tentei dosar as coisas nesse álbum. É um disco de uma banda que sabe quem é, que pode se permitir passear pelo pop, ou executar canções com guitarras mais viscerais, mais que a cima de tudo tem uma identidade própria.
9. Para quem quiser ir ao lançamento do CD ou ter outras informações do se trabalho, onde podem obter informações?
O cd, “Caixa de Ilusões”, será lançado no dia 19 de novembro no Havana Music Bar e os ingressos estarão à venda na ZVR Fashion. Temos página no orkut, no facebook e também um blog: saturnoproducao.blogspot.com/
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