domingo, 15 de abril de 2012

Estádio promove integração dos cachoeiranos em torno do esporte

Por Jaqueline Suzarte

O estádio 25 de Junho é a casa dos amantes do futebol em Cachoeira. Ele foi construído por um clube da cidade, o Fluminense, na década de 60, na margem esquerda do rio Paraguaçu, em cima de um antigo lixão, num terreno que pertencia à Marinha. Hoje, abriga todos os clubes cachoeiranos e a seleção municipal da cidade.

O sonho de ter um estádio bem organizado e estruturado, que desse ao público um espaço seguro e agradável, fez com que passasse por várias reformas, a maior delas nos anos 90. Administrado pela prefeitura, ele se encontra sempre limpo, com o gramado em bom estado de conservação e manutenção nos vestiários.

O Espírito combativo, tão marcante na história de Cachoeira, foi internalizado por seu estádio. Seu nome, em homenagem à data magna da cidade e as lutas pela independência do Brasil, faz jus à sua história. Por ser uma cidade histórica, tombada, encontra muitas restrições quando vai ser implantada alguma melhoria. Isto se deve, por exemplo, ao fato de que a sua estrutura não pode ser modificada. A arquibancada é vazada entre os degraus e o espaço permite cerca de duas mil pessoas sentadas. Ainda há um espaço no fundo do campo onde pode ser construída mais uma leva de arquibancada, mas hoje é apenas um espaço vazio, coberto por mato.

Resistência

Para instalar os refletores houve muitos impasses. Cachoeira é uma cidade histórica que, para não perder seu perfil, precisa resistir às novas tecnologias. O equipamento de iluminação é moderno em um espaço urbano, no entanto, é essencial para os jogos noturnos e para a própria modernização do lugar , que é esportivo e necessita ter estrutura para abarcar jogos em todos os horários. Mesmo com a resistência da fiscalização patrimonial, os refletores acabaram instalados devido a sua necessidade.

Com mais de quatro décadas de existência, o estádio resiste e se fortalece a cada dia. É um dos melhores da região, com ótimas dimensões e boa conservação, razões pelas quais abriga numerosos eventos. Neles são disputados os jogos da liga Intermunicipal, a liga Cachoeirana, jogos de escola, confraternizações e outras disputas futebolísticas que transformam o 25 de Junho em um grande palco de celebração, alegrias e conquistas.

A torcida animada em todas as partidas, grita, vibra, brinca e celebra. Frequentado por homens, mulheres e crianças, o estádio é o ponto de encontro daqueles que gostam de se divertir vendo grandes disputas ou mesmo amigos e familiares jogando.

São mais de 40 jogos disputados por ano, grande parte gratuitos, o que viabiliza a presença constante das pessoas. Quando a liga Intermunicipal ocorre, Os ingressos vindo da federação são acessíveis: custam entre dois e três reais. Idoso não paga, mulher paga menos e o público lota.

Investimentos

No gramado cachoeirano, já houve grandes jogos. No final de 2008, no Intermunicipal, o estádio teve sua lotação máxima. Cerca de seis mil pessoas se espalharam pelo local, ocupando cada espaço do ambiente e vibrando com o jogo entre Coité x Cachoeira. Na ocasião, a seleção da casa perdeu por 2 x 0.

Toda cidade precisa ter seu estádio. Cheio de histórias e conquistas, o 25 de Junho é o símbolo maior do futebol em Cachoeira. A seleção Intermunicipal da cidade é hepta campeã e utiliza o espaço como sua casa para os jogos oficiais, amistosos e centro de treinamento.

Durante anos houve altos investimentos na seleção principal da cidade. Com isto, o estádio ganhou um número maior de público. Cachoeira tem tradição na liga Intermunicipal, mas nos últimos anos não tem montado boas equipes. Mesmo assim, a população acompanha atenta o time de sua cidade. Pelas arquibancadas são vistos torcedores animados, cheios de paixão, confraternizando e estimulando seus times. As rivalidades são tratadas sem brigas e com bom humor. O estádio demonstra ser um lugar atrativo e que não depende de ter seleção boa para ter público.

A liga Cachoeirana de Futebol é uma das melhores da região. Por isso, chama a atenção do público da redondeza e times de outras localidades, a exemplo do seu maior rival, o Cão de Raça, de São Félix, pertencente ao cantor de reggae Edson Gomes. Este é o único clube de fora a jogar na liga e foi quatro vezes campeão, três vezes consecutivas, o que gerou desconforto nos demais clubes. A rivalidade entre as duas cidades é também externada dentro de campo.

Conservação

Grandes nomes de expressão do futebol baiano e até nacional já jogaram no gramado heroico. Junior Baiano, Beijoca e Coutinho do Vitória são alguns exemplos. Além desses, o ex-jogador Osmar campeão brasileiro pelo Bahia em 1988, recentemente fez uma partida pela liga Sênior.

Nos fins de semana sempre acontecem jogos, os famosos babas. Disputas de menor expressão, mas que oportuniza a própria comunidade a aproveitar a sua casa. O estádio é o lugar onde a população pode externar com maior vibração o seu amor pelo futebol local. Muitas vezes, os grandes estádios do Brasil e do mundo são constantemente citados pela mídia; os grandes times do país têm torcedores em todo território nacional, mas isto não inviabiliza que ligas municipais sejam fortes e que os estádios de cada cidade sejam frequentados e bem utilizados.

O maior interesse em ter um bom estádio deve ser no intuito de que o público se sinta confortável e interessado em frequentar. Quem assiste os jogos tem arquibancadas cobertas; quem joga tem gramado todo marcado e grama cuidada.

O próprio prefeito da cidade é atleta do Colônia e participa da liga Sênior. Ele tem consciência da necessidade de manter o espaço em um lugar que tenha boas condições e estrutura. O estádio da cidade Heroica é a casa de todos, pois a diversidade transforma-se em unidade na hora de torcer juntos por uma paixão em comum, o futebol.

Obs: Esta reportagem você também pode ver, em:

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