Por Jaqueline Suzarte
Fotos: Jaqueline Suzarte. Foto de Downhill: Amando Souza
Piloto de Downhill, Cristão, estudante de medicina veterinária e aventureiro, este é Péricles Maia, o vibrante jequieense, que radicaliza nas pistas. Aos três anos ele deu as primeiras pedaladas na bicicleta e hoje, aos 25 é um dos pilotos mais respeitados do circuito Nordeste de Downhill. Em uma conversa bastante descontraída, falou sobre sua trajetória de sucesso dentro e fora das pistas.
Jaqueline
Suzarte. Quando
a bicicleta deixou de ser um brinquedo para se tornar um objeto esportivo?
Péricles Maia. A bicicleta entrou em minha vida
desde criança (três anos) e já entrou radical. Não foram poucas às vezes, que
meus pais me deixaram de castigo por conta disto. Mesmo assim, aos 15 anos
comecei a praticar Mountain Bike como diversão, aos 18 descobri o Downhill e me
joguei de cabeça. Passei a enxergar um futuro profissional no ciclismo.
O ciclismo, dentro das suas várias modalidades sempre esteve ligado à
aventura, ao esporte radical. Qual a sensação que este esporte te desperta?
Pedalar é algo que fascina qualquer
pessoa. A bicicleta é o primeiro objeto a proporcionar a maior sensação de
liberdade no homem e isto nós nunca esquecemos. Pedalar me proporciona adrenalina,
me traz paz e reflexão. Me instiga a superação e me faz entender que a vida é
feita de ciclos e ela não para, assim como a bicicleta, o “ciclo” não pode
parar.
Qual é a sua especialidade?
Sou piloto de Downhill. O atual
Campeão da Liga Sul Baiana de Downhill, Campeão do Desafio Power Bike de
Downhill, Vice-Campeão Baiano de Bicicross e Vice-Campeão do Desafio da Pedra
de Santo Antonio de Downhill (campeonato mais importante do Nordeste). Este ano
estou na 6ª Colocação no ranking da Copa Nordeste de Downhill na categoria
Elite, que ainda está em curso.
Quais são as principais modalidades?
O ciclismo tradicional (Speed), o
Mountain Bike, que tem várias vertentes: Downhill, Cross Country e Freeride.
Primeiro é preciso ter um bicicleta
especifica para downhill, ela é diferenciada. Segundo é ter os equipamentos de
segurança apropriados, por ser um esporte muito arriscado. Terceiro é preciso
treinar muito, ao contrário do que muitos pensam, Downhill não é só descer,
existe um mundo de técnicas, treinos e dedicação para se chegar a um bom nível.
Em todo o esporte sempre há descontentamento com a falta de
patrocínio. Quais são as maiores dificuldades enfrentadas por você para manter
o bom nível com a bike?
Você representa alguma marca?
Atualmente estou competindo pela
equipe, Power Bike, com apoio das marcas, Da Bomb e Hupi Bikes. Tenho suporte
do Pedal.com.br, Guiné Racing e Buffet Laura Maia.
Em que estado estão concentradas as maiores competições?
Santa
Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo lideram esse ranking. No
Nordeste temos a Paraíba, Pernambuco e a Bahia, que já tem um número
significativo de atletas e competições.
Geralmente os esportistas são formados desde a base. Existe algum
programa no Brasil de formação de ciclistas?
A base do ciclismo pode ser
considerada o Bicicross, é onde a maioria das crianças começam a dar as
primeiras pedaladas e competir. Quem tem
uma base formada no BMX com certeza será ótimo piloto nas modalidades futuras.
No Brasil existem várias escolinhas de Bicicross, Ciclismo e Mountain Bike. Como
estas são modalidades olímpicas, existe incentivo do governo. Há projetos de
escolinhas para crianças carentes e bolsa atleta.
Como surgiu o circuito jequieense?
O Downhill em Jequié surgiu em
2008. Fui morar em Salvador e lá conheci os “canais”, que me mostraram os
caminhos de como realizar as competições. Realizamos o primeiro evento na
Fazenda Maravilha, na Trilha da Vaca Louca. Hoje Jequié possui dois Campeões
Baianos e é a cidade mais representativa do estado.
Já ocorreram algumas edições da Bicicletada na cidade Sol, como você
vê a abertura que vem sendo dada pela população a eventos como este?
A Bicicletada é uma festa em
movimento. É “Life Style”! Simplesmente se pedala para celebrar a vida, pregar
a paz no trânsito e mostrar as pessoas, que podemos sim ser felizes usando
muito menos o carro. É resgatar aquela sensação de liberdade, que descobrimos
quando éramos crianças! A população de Jequié tem recebido com carinho a nossa
presença nas ruas. É algo novo aqui e está impactando. Creio em breve sermos uma “Massa tão Crítica”,
que não existirá espaço para os carros nas ruas de Jequié! (risos)
Ano passado houve um evento na Praça da Bíblia em que a Bola de Neve
Church esteve envolvida, dando suporte.
Como surgiu o interesse da igreja em participar do evento?
A Bola de Neve Church é uma igreja,
que nasceu com os esportes radicais no DNA. Faço parte do ministério há três
anos em Salvador. Com a chegada da igreja em Jequié, nos dispomos a movimentar
o cenário por aqui e mostrar que podemos sim ser cristãos, e sermos “radicais”.
Há muito preconceito com o atleta quando ele é evangélico?
Existem muitos atletas cristãos e no meio dos
esportes radicais existem vários. Esse preconceito tem ficado para trás. As
pessoas estão cansadas de ouvir falar, elas querem ver atitude e mudança. O mundo
está vazio e precisa de paz! Quando
somos este referencial através de Jesus Cristo e não da religião, somos sim,
muito bem respeitados.
Atualmente se fala muito em transportes alternativos, que não polua.
Existe a possibilidade de a bicicleta deixar de ser um brinquedo de criança ou
acessório esportivo, para passar a ser de fato um meio de transporte no Brasil?
Esse
conceito de “brinquedo de criança” para mim é ultrapassado. O marketing
automotivo incrustou na mente das pessoas, que ter carro é ter poder, e é
natural do homem a autoafirmação. Ele precisa ter um carro do ano para mostrar
seu status. Principalmente no Brasil, criou-se um conceito de que, qualquer esforço
físico para locomoção ou trabalho é coisa de pobre. O nosso papel é mostrar
para sociedade, que a Bicicleta não é um intruso no trânsito, a bicicleta é sim
coisa de pobre, e mais ainda de rico, ela nos iguala. Um ciclista é um
ciclista, e não um rico ou um pobre.
A Bicicleta não polui e
o melhor, se economiza muito. Moro na capital, a tarifa de ônibus custa R$2.80,
imagina isto seis vezes ao dia. Pedalo por toda a cidade! Para faculdade,
shopping, igreja, festas e onde precisar ir. É só uma questão de querer mudar e
redescobrir as coisas boas da vida. E para que o Brasil se torne um país “pedalável”,
só depende de cada pessoa entrar para esta “Massa Crítica”, para forçar o
governo a criar e reestruturar as cidades em prol das bicicletas.
Então, quem quiser acompanhar
minhas competições, eventos, apresentações, ou apenas bater um bom papo e tomar
um café sobre duas rodas é só acessar minha Fanpage no Facebook (Péricles Maia)
ou acessar o meu Blog (norastrodhteam.blogspot.com. Além de ficar ligado no melhor site de bike do
Brasil, o qual sou colunista (Pedal.com.br) e meu email:
pericles@pedal.com.br.
Qual o seu recado para moçada que confere o blog?
Nos meus momentos de reflexão com a
bici, dou uma de filosofo! Um dia pensei:
Desistir é andar para trás a mesma distância, que andaria para frente até o
final. Não desista de seus sonhos, mas, não sonhe apenas, seja um visionário e
faça acontecer. Um homem sem visão é um homem morto.
Aew eu botei fé! Pekinho representando a galera da bici...
ResponderExcluirTop demai, Pekinho tah de parabens e a moça tbm *O* curti!
ResponderExcluirUuuhuull, esse é meu mano! Curti demais! Deus abençoe =D
ResponderExcluirbeijo da família bola de neve church \0/
Show! Pedalar é preciso!
ResponderExcluir' Massa demais...Filosofia, estilo de vida!!! '
ResponderExcluir" Desistir é andar para trás a mesma distância, que andaria para frente até o final. Não desista de seus sonhos, mas, não sonhe apenas, seja um visionário e faça acontecer. Um homem sem visão é um homem morto. "